Moinhos de rodízio, são pequenos edifícios construídos em pedra de xisto ou granito, compostos por mecanismos acionados a água.
Ao longo do Ribeiro de Cai águas em Jancido, podem ser observadas várias estruturas de moinhos tradicionais de rodízio com as suas levadas e represas.
Estas estruturas têm mais de 300 anos, são alimentados pelo pequeno curso de água que vai adquirindo caudal com a afluência de água proveniente das nascentes existentes ao longo dos seus 1000 metros de curso, é um curso de água afluente do rio Sousa e desagua no paradisíaco lugar de Cai Águas.
“… A duas léguas do Porto, tive ha tempos ensejo de observar uns moinhos, cuja situação pittoresca daria um motivo a um pintor de talento para o mais delicioso quadro de paisagem. Era na confluência do Sousa e do Ferreira, correndo entre montanhas alpestres que pareciam debruçar-se curiosas e ciumentas para assistir ao noivado dos dois rios. Um ilydio de Florian num scenário de salvador Rosa.”
“O ARCHEOLOGO PORTUGUÊS” – 1896, Francisco Sousa Viterbo
A água era outrora utilizada como regadio tradicional e sistema de moagem de cai águas, com base na partilha de água de consortes da aldeia de Jancido, era utilizada na rega dos emblemáticos locais conhecidos da população, Lameiro, Cavadas e Ausenda.
Existem 8 moinhos de rodízio, distribuídos ao longo do já referido Ribeiro de cai águas, moinhos tinham como única função transformação do milho e outros cereais em farinha que teria com aplicação principal o fabrico do pão.
Durante a década de 1970, estes moinhos progressivamente deixaram de laborar, o aparecimento dos moinhos elétricos levaram ao abandono dos tradicionais moinhos de rodízio movidos a água. Existem memórias que a última volta aconteceu no ano de 1979
No final de 2016 os moinhos de Jancido já completamente em ruínas, até que um grupo de amigos, denominado “Moinhos de Jancido” puseram mãos à obra para a preservação dos mesmos.
As ações incidem recuperação/reconstrução, e reflorestação da zona envolvente aos moinhos.
Este grupo está em atividade desde 2016 tendo já efetuado ações de voluntariado abertas à população, participaram já nestas ações cerca 60 voluntários capitalizando até à data de 2950 horas de trabalho voluntário.
É já muito o trabalho realizado, é já um local visita essencialmente pelos moradores da metropolitana do Porto, mas também por cidadãos de Castelo de Paiva, Famalicão, Cinfães, Caldas da Rainha, vila da Feira, entre outras localidades.
Este grupo de voluntariado tem já recebido algumas referências de boas práticas ambientais (Serras do Porto, CRE, Projeto Futuro 100.000 Arvores), pelos trabalhos de recuperação dos moinhos, pela preservação das florestas envolvente, pela plantação de árvores e arbustos autóctones assim como na preservação da vida animal como são exemplo as salamandras Lusitânicas, as salamandras de pintas amarelam, os tritões e a rã ibérica.
Atualmente o grupo designado por “Rapazes de Jancido”, conta com os seguintes elementos:
Albino Manuel Sousa
António Gonçalves
Fernando Sousa
Manuel Sousa
Paulo Campos